Sumario
O que São as Amígdalas e Adenóides?
As amígdalas e adenóides são tecidos linfoides localizados na garganta e nas vias aéreas superiores. As amígdalas estão localizadas na parte posterior da garganta, enquanto as adenóides (carne esponjosa) estão situadas mais acima, atrás do nariz, perto da abertura das trompas de Eustáquio. Ambas fazem parte do sistema imunológico e atuam como uma primeira linha de defesa contra infecções.
Qual é a Função das Amígdalas e Adenóides?
A principal função das amígdalas e adenóides é ajudar a proteger o corpo contra germes e bactérias que entram pela boca e pelo nariz. Elas produzem células imunológicas (linfócitos) que combatem infecções, especialmente em crianças. Conforme envelhecemos, a importância dessas estruturas diminui, pois o sistema imunológico se torna mais eficiente e outras partes do corpo assumem a função defensiva.
Quem é o Médico especialista em Amígdalas e Adenóides
O médico especialista em amígdalas e adenóides é o Otorrinolaringologista, também conhecido como otorrino.
Este profissional é especializado em tratar doenças e condições que afetam o nariz, garganta e ouvidos, incluindo problemas relacionados às amígdalas e adenóides.
O otorrinolaringologista é o médico treinado para diagnosticar, tratar e, quando necessário, realizar cirurgias relacionadas a esses órgãos. Se você ou seu filho está tendo problemas com amígdalas ou adenóides, como infecções frequentes, dor de garganta, dificuldades respiratórias ou outros sintomas, o otorrino é o especialista certo para consultar.
Como Saber se as Amígdalas ou Adenóides Estão Grandes?
Amígdalas:
- Inspeção Visual: Durante uma consulta médica, o otorrinolaringologista pode visualizar as amígdalas diretamente através da boca usando um abaixador de língua e uma fonte de luz. Se as amígdalas tocam ou se aproximam da linha média (uvula), elas são consideradas grandes.
- Classificação de Brodsky: É uma forma comum de avaliar o tamanho das amígdalas em crianças. As amígdalas são classificadas de 0 a 4, dependendo de quanto espaço ocupam na orofaringe:
- Grau 0: Amígdalas dentro da fossa amigdaliana (invisíveis ou removidas).
- Grau 1: Amígdalas ocupando até 25% do espaço.
- Grau 2: Amígdalas ocupando entre 25% e 50% do espaço.
- Grau 3: Amígdalas ocupando entre 50% e 75% do espaço.
- Grau 4: Amígdalas ocupando 75% ou mais do espaço.
Adenóides:
- Nasofibroscopia: É um exame que permite ao médico visualizar as adenóides através de uma pequena câmera flexível introduzida pelo nariz. A nasofibroscopia oferece uma visão direta do tamanho das adenóides e sua relação com as vias aéreas.
- Radiografia Lateral do Cavum: É um exame de imagem que pode mostrar o tamanho das adenóides em relação às vias aéreas. Este exame é frequentemente utilizado para medir a obstrução das vias aéreas pela adenóide.
- Classificação Radiológica de Fujioka: Mede o grau de obstrução das vias aéreas pelas adenóides. Normalmente, adenóides grandes causam obstrução significativa nas vias aéreas superiores.
Quando as Amígdalas ou Adenóides Grandes se Tornam um Problema?
Amígdalas e adenóides grandes podem ser normais em algumas crianças, especialmente entre os 3 e 6 anos de idade, mas se tornarem um problema quando causam sintomas que afetam a saúde ou a qualidade de vida, como:
- Dificuldade para respirar pelo nariz
- Ronco ou apneia do sono
- Dificuldade para engolir alimentos
- Infecções frequentes da garganta ou ouvido
- Fala anasalada
Quando Considerar a Cirurgia de Amígdalas e Adenóides?
A cirurgia das amígdalas (amigdalectomia) e adenóides (adenoidectomia) pode ser considerada em diversas situações, incluindo:
- Infecções Repetidas: Se a criança ou adulto apresenta infecções frequentes de garganta (amigdalites) ou infecções nas vias aéreas superiores que não respondem bem ao tratamento, a cirurgia pode ser uma solução.
- Dificuldade Respiratória: O aumento das adenóides pode bloquear as vias aéreas, causando dificuldades para respirar pelo nariz, ronco e apneia do sono.
- Otites de Repetição: Adenóides aumentadas podem bloquear as trompas de Eustáquio, levando a infecções de ouvido frequentes.
- Distúrbios do Sono: Problemas como apneia obstrutiva do sono, onde a respiração é interrompida durante o sono, podem ser causados por amígdalas ou adenóides aumentadas.
Por que Algumas Pessoas Precisam Operar e Outras Não?
Nem todas as pessoas com infecções de garganta ou problemas respiratórios precisam de cirurgia. A decisão depende de diversos fatores, como:
- Gravidade e Frequência dos Sintomas: Pacientes com infecções ocasionais ou leves podem não precisar de cirurgia, enquanto aqueles com infecções severas e recorrentes podem se beneficiar do procedimento.
- Impacto na Qualidade de Vida: Se as infecções ou obstruções causadas por amígdalas e adenóides aumentadas estão prejudicando a qualidade de vida, o sono ou a capacidade de respirar, a cirurgia pode ser recomendada.
- Resposta ao Tratamento: Se as infecções ou sintomas não melhoram com o tratamento clínico (medicação), a cirurgia pode ser considerada como uma alternativa eficaz.
Como é Realizada a Cirurgia das Amígdalas e Adenóides? Técnica Cirúrgica e Anestesia
A cirurgia das amígdalas e adenóides é realizada em ambiente hospitalar, geralmente sob anestesia geral, para garantir o conforto e segurança do paciente.
Técnica Cirúrgica:
- Amigdalectomia: Na amigdalectomia, as amígdalas são removidas cirurgicamente. O cirurgião utiliza instrumentos específicos para acessar a garganta e remover as amígdalas de forma precisa, controlando qualquer sangramento durante o procedimento. Há diferentes técnicas, como o uso de bisturi tradicional, eletrocautério ou laser.
- Adenoidectomia: Na adenoidectomia, o cirurgião acessa as adenóides através da boca ou nariz, removendo o tecido adenoideano utilizando curetas ou shaver ou instrumentos de sucção, minimizando sangramentos.
Anestesia: A cirurgia é realizada sob anestesia geral, o que significa que o paciente estará totalmente inconsciente e não sentirá dor durante o procedimento. A anestesia geral é a opção mais segura e eficaz para esse tipo de cirurgia, especialmente em crianças, pois garante que elas permaneçam imóveis e confortáveis durante a operação.
Cuidados Pós-Operatórios da Cirurgia de Adenoamigdalectomia
Após a cirurgia de adenoamigdalectomia (remoção das amígdalas e adenóides), é essencial seguir alguns cuidados pós-operatórios para garantir uma recuperação tranquila e reduzir o risco de complicações:
1. Repouso:
- É importante que o paciente descanse em casa por pelo menos 7 a 10 dias após a cirurgia. Evite atividades físicas intensas, como correr, pular ou levantar pesos, até que o médico autorize o retorno às atividades normais.
2. Hidratação:
- Manter uma boa hidratação é fundamental. Ofereça líquidos frios, como água, sucos e sorvetes, que ajudam a aliviar a dor na garganta e mantêm o paciente hidratado.
3. Alimentação:
- Nos primeiros dias, ofereça alimentos macios e fáceis de engolir, como purês, iogurtes, gelatinas e sopas. Evite alimentos quentes, duros, picantes ou ácidos, que podem irritar a garganta e dificultar a cicatrização.
4. Medicação:
- Siga rigorosamente as orientações médicas sobre a administração de analgésicos e, se necessário, antibióticos. Isso ajuda a controlar a dor e prevenir infecções.
5. Sinais de Alerta:
- É normal sentir dor de garganta, ter febre baixa e observar uma leve secreção de muco ou saliva com manchas de sangue nos primeiros dias. No entanto, procure o médico imediatamente se o paciente apresentar sangramento abundante, febre alta persistente, dificuldade para respirar ou sinais de desidratação.
6. Evitar Exposição a Fatores Irritantes:
- Evite locais com muita poeira, fumaça ou odores fortes que possam irritar as vias respiratórias. Também é importante manter o ambiente limpo e arejado.
7. Retorno ao Médico:
- Agende o retorno ao médico conforme indicado para que ele possa avaliar a recuperação e garantir que tudo esteja cicatrizando adequadamente.
Seguir esses cuidados ajuda a garantir uma recuperação mais rápida e confortável, minimizando riscos e complicações após a adenoamigdalectomia.
Quais as Complicações Mais Comuns da Cirurgia de Adenoamigdalectomia? E Qual a Complicação Mais Grave?
Complicações Mais Comuns:
- Dor de Garganta:
- A dor de garganta é comum após a cirurgia, especialmente nos primeiros dias. Essa dor pode ser intensa, mas é geralmente bem controlada com analgésicos prescritos pelo médico.
- Sangramento Leve:
- Pequenos sangramentos podem ocorrer nos primeiros dias após a cirurgia, principalmente ao tossir ou ao comer alimentos duros. Manchas de sangue na saliva são comuns, mas geralmente não são motivo de preocupação.
- Febre Baixa:
- É normal ter uma febre baixa (até 38°C) nos primeiros dias após a cirurgia. Isso geralmente é uma resposta do corpo ao processo de cicatrização.
- Infecção:
- Embora seja raro, pode ocorrer uma infecção na área onde as amígdalas ou adenóides foram removidas. Isso pode causar febre alta, dor intensa e inchaço, e deve ser tratado com antibióticos.
Complicação Mais Grave:
Sangramento Pós-Operatório Abundante:
- A complicação mais grave após uma adenoamigdalectomia é o sangramento abundante, que pode ocorrer em até 2% dos casos. Esse sangramento geralmente acontece nas primeiras 24 horas após a cirurgia, mas também pode ocorrer até 10 dias depois. Se o sangramento for intenso, é considerado uma emergência médica e requer atendimento imediato, pois pode levar à perda significativa de sangue e risco de choque hemorrágico.
O risco de ter um sangramento abundante após a cirurgia de adenoamigdalectomia pode aumentar devido a alguns fatores e comportamentos que devem ser evitados durante o período de recuperação:
1. Tossir Demais:
- Tosse excessiva pode causar trauma na área operada, irritando os vasos sanguíneos e aumentando o risco de sangramento. É importante controlar a tosse com medicamentos prescritos pelo médico.
2. Comer Alimentos Quentes:
- Alimentos quentes podem dilatar os vasos sanguíneos na garganta, o que pode contribuir para o risco de sangramento. Por isso, é recomendado consumir alimentos frios ou em temperatura ambiente durante a recuperação.
3. Comer Alimentos Duros:
- Alimentos duros ou crocantes podem arranhar ou machucar a área operada, provocando sangramento. Alimentos macios, como purês, iogurtes e sorvetes, são mais seguros durante a fase inicial de recuperação.
4. Esforço Físico:
- Atividades físicas intensas, como correr, levantar pesos ou praticar esportes, podem aumentar a pressão arterial e o fluxo sanguíneo, o que pode desencadear sangramentos. É essencial evitar esforços físicos até que o médico permita o retorno às atividades normais.
5. Distúrbios de Coagulação:
- Pacientes com distúrbios de coagulação, como hemofilia ou deficiência de plaquetas, têm um risco maior de sangramento após a cirurgia. É fundamental que essas condições sejam identificadas e tratadas antes do procedimento.
6. Uso de Medicamentos Anticoagulantes ou Anti-inflamatórios:
- Medicamentos que afetam a coagulação do sangue, como aspirina, ibuprofeno, ou anticoagulantes (varfarina, heparina), podem aumentar o risco de sangramento. Esses medicamentos geralmente são suspensos antes da cirurgia, conforme orientação médica.
7. Infecções na Área Cirúrgica:
- Infecções podem retardar a cicatrização e aumentar o risco de sangramento. Manter uma boa higiene bucal e seguir as orientações médicas sobre o uso de antibióticos pode ajudar a prevenir infecções.
8. Desidratação:
- A desidratação pode tornar a mucosa da garganta mais seca e vulnerável a feridas e sangramentos. Beber bastante líquido durante a recuperação é essencial para manter a garganta hidratada e minimizar esse risco.
9. Idade Avançada:
- Em adultos, especialmente os mais velhos, a cirurgia de amigdalectomia pode ter um risco ligeiramente maior de complicações, incluindo sangramento, devido à maior fragilidade dos tecidos e à presença de condições de saúde subjacentes.
10. Esforço Vocal Excessivo:
- Falar em excesso, gritar ou forçar a voz pode causar tensão nos músculos da garganta, aumentando o risco de sangramento. O repouso vocal é recomendado nos primeiros dias após a cirurgia.
As Amígdalas e Adenóides podem voltar a crescer após realizar Cirurgia?
Após a cirurgia de remoção das amígdalas (amigdalectomia) ou adenóides (adenoidectomia), é extremamente raro que essas estruturas voltem a crescer. No entanto, existem algumas situações específicas em que pode haver um crescimento residual, especialmente das adenóides.
Amígdalas
Após a amigdalectomia, as amígdalas não voltam a crescer porque o tecido removido durante a cirurgia não se regenera. Em alguns casos raros, se uma parte muito pequena do tecido amigdaliano for deixada para trás (o que é muito incomum), pode ocorrer um crescimento mínimo, mas isso geralmente não é suficiente para causar sintomas significativos.
Adenóides
No caso das adenóides, há uma pequena possibilidade de que o tecido remanescente cresça novamente após a adenoidectomia. Isso é mais comum em crianças pequenas, nas quais as adenóides ainda estão em fase de crescimento. Se a adenoidectomia for realizada muito cedo, pode ocorrer crescimento residual do tecido adenoideano, especialmente se houver condições subjacentes, como alergias ou infecções crônicas, que estimulem o crescimento desse tecido.
Mesmo assim, o crescimento das adenóides após a cirurgia é raro e, na maioria dos casos, o procedimento resolve os problemas respiratórios ou de infecção que levaram à necessidade da cirurgia. Se os sintomas voltarem após a cirurgia, é importante consultar um otorrinolaringologista para avaliar a situação e determinar se há necessidade de tratamento adicional.
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https://www.mayoclinic.org/tests-procedures/tonsillectomy/about/pac-20395141